Olá, pessoal!
Meu nome é Thayanne Porto, do blog Que Nem Mocinha, um blog totalmente focado na sexualidade da mulher.
Invadi aqui o Priscila Aborda para falar de um assunto polêmico: a pornografia feminista. Ele é polêmico porque muitas mulheres afirmam que isso não existe: toda pornografia seria prejudicial à mulher, logo, não pode ser chamada de “feminista”.
Podendo levar esse título ou não, não podemos negar que esse fenômeno está ganhando cada vez mais acessos, já que muitas mulheres estão cansadas do pornô tradicional. Não é sem motivo: os filmes são totalmente pensados para o público masculino. Os enredos, quando existem, são muito clichês e na grande maioria envolvem meninas muito novas se envolvendo com homens mais velhos (alô, incitação à pedofilia!). Além disso, as mulheres são reduzidas à objetos, seu prazer não é destacado e parece que elas só estão ali para satisfazer ao homem.
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Difícil, eu sei! |
Para combater isso, alguns nomes começaram a criar a chamada “pornografia feminista”, com a proposta de criar, dentro dessa indústria pornográfica, a mulher como protagonista. Nos vídeos, o prazer feminino é o que importa. São protagonistas ativas, capazes de dar e receber prazer - até o papel do homem passa por uma transformação! São pessoas que poderiam pertencer ao nosso dia-a-dia, mais próximas ao real. Ah, e detalhe: os enredos existem e não são aqueles “Ops, não tenho dinheiro, posso te pagar com um boquete?”. As histórias são bem elaboradas - claro que o foco continua sendo o sexo, mas é bom ver um vídeo em que as pessoas não começam a transar do nada.
Dentro desse universo, quem mais se destaca é a Erika Lust.
A diretora, que nasceu na Suécia e fez sua carreira na Espanha, já até participou do TED, uma conferência realizada em vários países com o objetivo de “promover ideias que merecem ser disseminadas”. Ganha um doce quem adivinhar o tema da palestra dela.
A Erika (muito íntima sim) já ganhou sete Feminist Porn Awards, a maior premiação de pornografia feminista, que acontece todo ano no Canadá, incluindo na categoria Melhor Filme com Life Love Lust (2011) e Cabaret Desire (2012). Um dos seus trabalhos de maior sucesso foi Five Hot Stories For Her (2007), que, inclusive, foi o meu objeto de estudo no TCC da faculdade. Sim, eu me formei falando de pornografia.
Anyway,
Five Hot Stories For Her
é um longa formado de cinco curtas, independentes uns dos outros. Foi a primeira produção da Lust Filmes, produtora criada pela Erika. Primeiro que a fotografia é LINDA, de babar. Segundo que as histórias também são de babar - só que em outras partes do corpo. São enredos muito diversos e o meu favorito é o
Married With Children,
que é sobre um casal, Frank e Rita, que aparentemente se rendeu à rotina: levantam, trabalham, cuidam das crianças e é isso. Só que isso muda quando vemos Rita em um quarto de hotel, vestindo peças pra lá de sensuais. Quando Frank chega, PÁ!, começa uma cena de BDSM que é de tirar o fôlego. Sugiro ver com um copo de água do lado (e brinquedinhos, se você tiver um!).
Essa é a dica do fim de semana, mocinhas: se vocês forem ficar em casa, que tal ver essa tal de “pornografia feminista”?
Coloquem o telefone no mudo, peguem algo gelado para beber e explorem esse novo mundo. Depois, não se esqueçam de contar para gente o que acharam!